sexta-feira, 23 de maio de 2008

Em Defesa do Macunaíma

No Roraima a etnia Macuxi vem sofrendo ataques em seus direitos constitucionais. Cerca de 6 fazendeiros estão criando caso contra a demarcação da terra Macuxi. Os fazendeiros, principalmente seu lider Quartiero, vem manipulando a opinião nacional através de suas influências nas instâncias de poder (mídia, militares e juízes). Quartiero, com apoio de um coronel do exército e funcionário da Abin, fabrica bombas e colocou um carro bomba na frente da policia federal(imaginem se fosse o MST que fizesse isso...mas como foi fazendeiro oligarca), sem falar de mortes e desaparecimentos de indígenas na região.
O General do Exercito, Heleno, comandante militar da Amazónia, se manifestou contra a demarcação das terras Macuxi, argumentando a defesa do território nacional...uma inverdade e burrice por parte do general. Suas preocupações são falsas, já que se estivesse preocupado com a soberania nacional teria criticado a presença do maior porta-aviões do Império na costa brasileira e navegando próximo às águas da gigantesca reserva de gás da bacia de santos. Se o General Heleno tivesse se preocupado com os minérios brasileiros criticaria a venda da Vale do Rio Doce e de todo nosso subsolo aos estrangeiros.
Mas não, o comandante militar da Amazónia prefere atacar os direitos indígenas Macuxi, e assim defender a exploração do latifúndio de arroz e soja no Roraima.
O Exército brasileiro, com um comandante desse, demonstra qual é o seu papel na história do Brasil: defender a elite econômica e reprimir os excluídos de 500 anos da nossa sociedade.

O General Heleno não sabe do papel histórico dos Macuxis na defesa do território brasileiro quando a Inglaterra queria tomar o Roraima em 1904. também desconhece a literatura nacional, e não sabe que um dos maiores livros de nossa literatura, escrito por Mário de Andrade, e que fala de nossa brasilidade antropofágica, o macunaíma, foi inspirado em uma história da mitologia Macuxi, essa mesma que hoje vê suas terras em perigo e com a possibilidade de ser fragmentada.
O líder dos arrozeiro tem influências nas mais altas instâncias de Brasília, como no Superior Tribunal Federal, e no proprio Exército.

Esta anunciado, já a algum tempo, um conflito no Roraima...e os indígenas, vão resistir.
Todo apoio ao povo Macuxi.

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Abaixo
Matéria do Jornal "Brasil de Fato" sobre o que ocorre no Roraima.


"Em 1904, o Estado brasileiro usou a presença de indígenas em Roraima para manter o Estado de Roraima em disputa com a Inglaterra; agora, o Exército considera a demarcação contínua "ameaça" à soberania

Os especialistas ouvidos pelo Brasil de Fato rechaçam a tese de que as terras em área de fronteira de Roraima com a Guiana e a Venezuela sejam uma ameaça à soberania nacional, como alegou o comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno. O comandante também havia dito que a política indigenista do Brasil era "caótica".


O antropólogo Luiz Cardoso de Oliveira, presidente da Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e professor da Universidade de Brasília, recorda que boa parte do Estado de Roraima foi mantida como território brasileiro numa disputa ocorrida em 1904 com a Inglaterra, quando o diplomata Joaquim Nabuco usou como argumento a presença de população indígena que se identificava como brasileira na região.


"Temos um quadro em que num primeiro momento essa população é utilizada como evidência do caráter nacional e da extensão do nosso território. Agora, quando ela não interessa mais para os grupos poderosos locais, a população passa a ser identificada como inimiga da nação. É um caso complicado e perverso", denuncia Oliveira.


Para Paulo Santilli, antropólogo da Fundação Nacional do Índio (Funai), as afirmações do general Augusto Heleno são absolutamente improcedentes. "A presença dos indígenas na região foi a responsável pelo estabelecimento das fronteiras nacionais. Na hora de reconhecer os direitos indígenas, surgem esses argumentos infundados", critica Santilli. "A demarcação das terras é um ato soberano, e não o contrário", define. Na região onde a reserva está localizada, há três pelotões do Exército, nas cidades de Normandia, Uiramutã e Pacaraima, localizadas a cerca de 60km uma da outra.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também rebateu as alegações do general. Lula afirmou que a tese dos que vêem riscos de ocupação estrangeira é uma "bravata". "Quem fala isso não fala com muita convicção?, afirmou. "Acho que quem quer as coisas de verdade não tem de ficar fazendo bravata", disse.


O ministro da Justiça, Tarso Genro, também criticou o general. Para ele, terra indígena na fronteira "não afeta a soberania nacional coisa nenhuma. Uns estão desinformados e outros acham que a única forma de ocupação é deixar fazendeiros trabalharem. Isso é um preconceito", disse."

quinta-feira, 15 de maio de 2008

...nem o centro e nem a periferia...


"Como última parte de nossa estendida intervenção neste colóquio, quero explicar o que queremos assinalar com o título geral, esse “Nem o centro, nem a periferia”.
Nós pensamos que não se trata só de evitar as armadilhas e concepções, teóricas e analíticas neste caso, que o centro põe e impõe à periferia.
Tampouco se trata de intervir e agora mudar o centro gravitacional para a periferia, para daí “irradiar” ao centro.
Acreditamos, ao contrário, que essa outra teoria, algumas das quais os traços gerais foi apresentado aqui, deve romper também com essa lógica de centros e periferia, deve então ancorar-se em realidades que irrompem, que amergem, e, assim, abrir novos caminhos.
Se é que este tipo de encontro se repete, creio que estarão de acordo comigo que a presença de movimentos anti-sistêmicos, como agora o do Movimento dos Sem Terra do Brasil, são particularmente enriquecedores.
Bem, creio que é tudo.
Ah, antes que me esqueça: ai vos engarrego.
Muchas gracias a todas, a todos."
Subcomandante Insurgente Marcos.
San Critóbal de Las Casas, Chiapas, México.
leia os textos:
"Nem o centro e nem a periferia. Sobre cores, calendários e geografia. (Sub.Marcos)
Dezembro de 2007.


domingo, 11 de maio de 2008

Relato da repressão à "Marcha pela Democracia" em João Pessoas.



Devido à proibição da Marcha da Maconha na Paraíba, os manifestantes decidiram realizar a Marcha pela Democracia, mas mesmo assim a policia provocou, reprimiu e torturou, jogando no lixo a Constituição Federal Brasileira, que fala sobre a livre a manifestação pública segundo seu artigo quinto.. leia o relato e veremos que a distancia entre a realidade de hoje e a de 30 anos atrás, não é muito grande. E cadê a OEA que não se manifesta sobre isso ? A OEA só aparece quando é para criticar o regime cubano e perseguir governos populares de esquerda latino-americanos.


Depoimento
meu nome é Fábio, sou cidadão paraibano com RG, CPF e Título de Eleitor em dia.
Sou estudante universitário e trabalho.

domingo, 4 de maio de 2008

14h - Inicia-se no Busto de Tamandaré um ato público pela democracia e contra a repressão, onde diversas pessoas vão chegando com faixas e cartazes com frases como: abaixo a ditadura, pela liberdade de expressão, democracia não é mercadoria, abaixo ás autoridades corrupitas, sou cidadão e exijo meu direito, respeitem o artigo quinto da constituição,libertem as plantas...
15:30 - Chega o carro de som, e as pessoas começam a se manifestar. Mas logo os guardas da STTRANS diz que recebeu a ordem para que o carro de som saísse do Busto de Tamandaré.
Então resolvemos sair em passeata pela orla. Jovens, idosos, adultos e crianças acompanham o som segurando cartazes, com apitos, fogos e gritos de ordem.
Pacificamente e discontraidos seguem os manifestantes, até que por volta das 16:30h divesos policiais e amarelinhos se aproximam do som, solicitando a carteira de motorista do condutor do minitrio, o qual demora uns 10 minutos para encontra-la no meio de alguns CDs. Em seguida verificam o instintor... tudo ok. Mas logo vem a ordem, não pode mais ligar o som. Me direcionei ao policial responsável, acho que era tenente, e ele me disse que não poderiamos seguir com o som. Argumentei do pq, pois a SEMAS havia autorizado, e a procuradoria do MP havia dito que a marcha de democracia podia acontecer por tanto que não se falasse em legalização da maconha.O policial me respondeu:´não quero saber se a SEMAs autorizou, o Coronel ligou dizendo que a ordem é de desligar o som. Perguntei de quem partiu a ordem e solicitei um documento desse ordem. Ele repondeu: Não tem documento, e desligue. Percebí o que estava acontecendo, e para continuar dentro da "lei", desligamos o som.
Fizemos uma roda em volta do minitrio e cantamos algumas canções e cirandas. Logo a polícia faz um cerco em volta do som para ninguem chegar perto, e um rapaz pede aos políciais para pegar suas coisas que ficaram em cima do minitrio...pedido negado!Quando o minitrio vai ser levado o manifestante deita na frente pedindo para retirar seus objetos, e rapidamente é arrastado por alguns policiais. Ao tentar voltar para impedir de o minitrio ir embora o manifestante é agredido pela polícia onde sua carteira e óculos se perdem no meio dos policiais. Ao ver o óculos um policial pisa em cima. A carteira não mais é encontrada, fazendo com que esse manifestante indignado dê voltas em torno da polícia proucurando sua carteira exijindo que achem. Logo tentam mobiliza-lo e o povo o resgata. Começamos a nos organizar para sair em passeata novamente mesmo sem som, mas logo o tenente me "esclarece" dizendo que a manifestação não pode seguir, pois recebeu ordens.
De repente dezenas de policiais montados em cavalos aparecem com seus cacetetes levantados, mais algumas dezenas de viaturas ocupam a avenida. Os cavalos começam a avançar em direção aos manifestantes que começam a cantar:

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
...

o Hino Nacional Brasileiro é cantado fortemente e com amor pelos estudantes e trabalhadores se espalhando o eco para as pessoas que assistiam dos prédios, dos bares e calçadas. Emocionante e bravamente finaliza o hino nacional, e em seguida TUMULTO..os cavalos avançam para cima dos manifestantes com agressões, e os mesmo coagidos por "pura repressão", sem entender do por quê e qual motivo estavam sendo reprimidos. quando a polícia começa mobilizar alguns estudantes que são levados violentamente para as viaturas, e a partir disso o povo avançam para resgatar alguns companheiros que nada fizeram para seram presos, e começa uma enorme pancadaria nos manifestantes, com espreis de pimenta, gás de efeito moral, tiros com balas de borracha...um policial perdi o controle do cavalo que se agita em cima dos manifestantes derrubando o policial de cara no chão, e em seguida é atropelado por outro cavalo(o policial declarou para a mídia que levou uma pedrada).
Logo diversos policiais montados em seus cavalos avançam em direção as pessoas que se encontravam nas calçadas e bares, e a repressão é ainda maior, pois ví idosos e crianças correndo assustados tentando se proteger dos cavalos que atacavam. Muitos gritos, muita tristeza, muita revolta...
Dispersou-se os manifestantes, e alguns gritam chamando todos para se reunirem no busto de tamandaré e avaliar o que fazer em relação aos estudantes inocentes que foram presos após uma ação ditatorial. Percebí que diversas pessoas se encontravam do outro lado da barreira polícial que se formou na rua, e resolví voltar para chamar alguns companheiros.
Não deu muito tempo, enquanto caminhava ví um amigo(Enrique) que se direcionava ao busto e foi agredido e mobilizado por diversos policiais. Assim que me virei e resolví sair dalí recebí um "mata-leão", onde um dos policiais que estavam sem farda e ficava rindo encostado no carro, me enforcava dizendo: vou te apagar, vou te apagar...vôou fora minhas chinelas e chapeu...primeiro me aperriei, mas quando ví outros diversos policiais avançando em minhha direção, não mais tinha força enquanto era estrangulado. Falta de oxigênio e muitas porradas...tive de fingir passar mal e ter apagado antes que minha vida terminasse naquela repressão covarde. Me jogaram na mala da viatura. Assim que fecharam abrí os olhos e conhecí duas pessoas que já se encontravam na mala. Um, era soldado de cuiabá, e não teve tempo de se explicar. Outro era um rapaz que tirava fotos.
Meu celular tocou...era o Lou, companheiro da manifestaçao, me informando que tinha sido preso,e respondí: eu ví quando vc foi preso, e quando me virei tb fui detido, ou seja estou preso tb....rimos da situação.
Levados para a décima delegacia em tambaú....chegando ví que fomos a primeira viatura. Lá só se encontrava uma estudante querendo dar queixa contra uma policial que lançou esprei de pimenta direto em seu rosto que se encontrava vermelho e afetado. Logo chegou outra viatura com mais 3 pessoas, entre elas o Lou. Em seguida mais uma, com outros tres estudantes. Alguns muito feridos!
Fomos levados os 9 para uma sela, onde passei cerca de 2h. Lá nos conhecemos, fomos provocados por alguns policiais e ameaçados por um outro sem farda.

Conversando conhecemos um rapaz que não estava na marcha e contou: quando voltava do seu trabalho viu o tumulto, e parou para tirar uma foto com o celular...rapidamen te alguns policiais avançaram em cima dele com cacetetes e o celular vôou, e assim ficou perdido. Lamentamos bastante a situação dele e nossa revolta aumentou diante tanta injustiça e censura. Havia um outro, o soldado do exercito de cuiabá que estava na mesma viatura que eu, que também não participava da passeata, mas foi surpreendido quando passava.

Um a um foi sendo liberado da sela para falar com o delegado que chegou na delegacia cerca de 1:30. Mas antes alguns policiais resolveram acusar na sorte do dedo alguns de nós de terem lançado pedras. Engraçado...precisav am lascar ainda mais....sendo assim um policial acusou o outro rapaz que veio na viatura comigo. E um outro policial(reconhecí , era o policial que caiu do cavalo machucando a cara) me acusou da seguinte forma: Um policial perguntou quem é Fábio, e me apresentei, em seguida chamou o policial ferido dizendo, foi esse num foi? e o PM ferido confirmou sem nem ohar para minha cara..."caralho vai tomar no cú, que ira que eu estava, pois não peguei em merda de pedra nenhuma"... mas confiamos no nosso advogado, um grande homem, o Dr. Américo Almeida, que defendia todos que foram presos.
Fui o segundo a ser escutado pelo delegado e liberado por volta das 21h. Quando cheguei lá fora tinham umas 50 pessoas que começaram a bater palma...fiquei pasmo com o companheirismo. Logo mais um foi solto...era o cara do exército. Em seguida o delegado teve de sair por causa de uma chamada onde haviam matado alguem próximo a Mata do Amém. esse fato fez com que os outros viessem esperar a chegada do delegado por mais umas 2 ou 3 horas, e eu fiquei em frente a delegacia aguardando os companheiros de manifestação e "sela" junto com aqueles que aplaudiram.
Pensei naquele momento, e hoje depois de uma pesquisa tive certeza, que naquela noite os bandidos, assassinos, marginais... ..fizeram a festa em nossa cidade, pois toda polícia militar foi colocada para violentar o direito dos estudantes da marcha pela democracia e contra a repressão, com agressões físicas e psicologicas.
Conclusão:
o vereador Amorin falou em uma jornal, que a sociedade devia agir com violência contra a marcha.
o famoso arcebispo Dom Aldo, disse que a sociedade não podia permitir aquela "vergonha", e a marcha não podia acontecer de forma alguma.

Se tivessemos terminado a passeata como tentamos, com tranqulidade, paz, respeito, sem falar em legalização(CENSURADO ), com seriedade... seriamos vitoriosos, e a sociedade conheceria realmente o que queriamos, com gritos de ordem pedindo abaixo autoridades corrompidas, abaixo a censura contra diversos movimentos sociais... MAS ISSO NÃO IRIA ACONTECER DE JEITO NENHUM!
JÁ ESTAVA TUDO DECIDIDO!
TINHA QUE TERMINAR EM PORRADA PARA PASSAR A IMAGEM QUE SOMOS ARRUACEIROS!
PROGRAMAMOS UM FIM, MAS NÃO SABIAMOS QUE OUTRAS FORÇAS MAIORES E PODEROSAS PROGRAMARAM OUTRO FIM, SENDO COM TUMULTO.

Que país é esse?
Que sistema é esse?
Que justiça é essa?
Para onde estamos caminhando?

PELO FIM DESSA DITADURA MASCARADA!

NÃO A REPRESSÃO, EXIJO LIBERDADE DE EXPRESSÃO!


Fábio Fena
Produtor de Eventos
Estudante Concluinte de Ciências Contábeis
Militante de Movimentos Sociais

fonte: Centro de Mídia Independente

quarta-feira, 7 de maio de 2008

"O Grande Irmão" vigiando o Ciberespaço.


O google entregou para polícia federal um disco de dvd gravado com cerca de 3000 perfis de orkut que estão nas mãos das autoridades, em nome da CPI da Pedofilia. Segundo notícia no site do senado, destes 3000 usuários, foram identificados apenas 500 como pedófilos.

Mas fica a pergunta no ar: e os 2500 perfis restantes que estão no dvd que não tem nada a ver com a pedofilia serão usados para que ? Para caçar militantes de movimentos sociais e organizações políticas ? Não duvido que sim ! Por que se indígenas desarmados estão sendo chamados de terroristas no Roraima...logo todos nós militantes e ativistas também seremos investigados como tal, só por questionar o poder na sociedade capitalista.

Com o advento do mundo virtual-tecnológico, o sistema e sua forças de segurança não vão resistir em usar o ciberespaço como forma de repressão e controle.

domingo, 4 de maio de 2008

Brasil Reprime debate sobre a Maconha



Assim é a falsa democracia brasileira: no primeiro de maio militantes anarquistas (Cob/Ait), inclusive menores de idades , foram torturados e ameaçados de morte em uma delegacia de São Paulo. Em Rondônia uma chacina de sem-terras (LCP) aconteceu a poucos dias, porem não foi divulgado na mídia e o governo ignorou o ocorrido. Agora, a marcha da maconha foi proibida em quase todo país, das 13 grandes cidade onde ia ocorrer a marcha, apenas quatro poderão realizá-la , Porto Alegre, Recife, Florianópolis e Vitoria.

O conservadorismo da sociedade brasileira reagiu, falando em nome da família, a direita moralista reagiu por meio de um sistema judiciário dominado por membros conservadores e elitistas que pisaram na Constituição brasileira. O quinto artigo da Constituição Federal diz sobre a liberdade de organização e manifestação pública pacifica, porem juízes de diversos estados a desrespeitaram e a jogaram no lixo, acusando a manifestação de apologia e incitação ao uso de drogas, sendo que os realizadores tomaram o cuidado de não permitirem a presença de menores de idade e o uso da erva durante o ato. Seria uma manifestação pelo debate da legalização, e não ao consumo...porém a manifestação não poderá ocorrer por ordens dos juízes , estão proibidos os cidadãos brasileiros de se manifestarem publicamente sobre a legalização da maconha.

No Brasil essa repressão acontece porque vivemos um sistema republicano falho, que não foi conquistado pelo povo organizado em um movimento político republicano e democrático, como na França ou nos EUA. No dia da proclamação da República brasileira as pessoas não sabiam o que estava acontecendo, o sistema monárquico foi substituído pela “república liberal” em um acordo entre elites e através de um Golpes militar de Estado. A população ficou fora deste processo político, nunca houve um movimento republicano verdadeiro no Brasil, com participação popular. Aqui o povo ignora as leis e a constituição, é comum a população dizer que a lei no Brasil só é aplicada quando for pra punir o mais pobre e excluído, o negro e o indígena. No Brasil dificilmente você vê um corrupto rico, bem relacionado, sendo preso, ou ficando muito tempo na cadeia...porém se um pobre for pego roubando galinhas, vai direto para o presídio em celas superlotadas, como ocorreu no estado de São Paulo semana passada.

O sistema liberal no Brasil é falho, porque quando o pobre, a esquerda, os libertários e os excluídos tentam cobrar seus direitos, são violentamente reprimidos. Uma sociedade fundada no colonialismo servil, nas relações de poder, onde uma elite católica conservadora e com apoio militar dos chefes das forças armadas, domina o país. O Brasil na maior parte de sua história viveu regimes de ditaduras autoritárias e militares, com repressões cruéis contra os trabalhadores pois fomos o último país a libertar os escravos. O conservadorismo domina as forças armadas e o judiciário, toda manifestação política do trabalhador é vista como perigosa e precisa ser reprimida. O uso da maconha, como algo fora da realidade branca, católica européia , está sendo reprimida no Brasil. Primeiro foi a repressão contra a exibição de um filme sobre a legalização dentro da Universidade Federal de Minas Gerias em abril de 2008, onde a polícia ocupou o Instituto de Geociências e agrediu os estudantes, tudo por causa de um debate sobre a legalização. Agora os conservadores estão contra a marcha da maconha, essa ação, antes de qualquer coisa, deixa claro que a repressão esta baseada no moralismo conservador e não em uma análise verdadeiramente democrática sobre o uso de uma erva que faz menos mal que o cigarro e o álcool, que são vendidos livremente no Brasil. A democracia no Brasil é falha, aqui dependemos das lutas sociais para garantir nossos direitos que estão na constituição... a repressão contra manifestação sobre a legalização da maconha nos mostra como somos um país autoritário e conservador e poucos preparados para o exercício pleno da democracia.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Professores em Luta: Na França, Espanha e Brasil...a causa é uma só: contra as reformas neoliberais e conservadoras !


A Educação de Qualidade é fundamental para a construção de sociedade mais crítica e com melhores condições de desenvolvimento humano e social. Sem educação não haverá mudanças, não haverá Revolução. Para melhorar a Educação, é necessário que haja investimentos e políticas públicas que atendam as necessidades da população e que valorizem os professores. Não se pode administrar as escolas da mesma maneira que se administra uma empresa. A Educação não pode servista como uma mercadoria, não pode ser vendida; e o desempenho dos alunos não pode ser visto apenas como algo quantitativo, como um produto final. Por isso é preciso uma mudança radical na estrutura e nas políticas educacionais no atual sistema-mundo que estamos vivendo.

O neoliberalismo econômico impõem políticas educacionais que parecem não se preocupar com a qualidade do ensino público, mas apenas com o quantitativo. Nesta lógica, excluem-se disciplinas de humanidades do currículo escolar, reduz-se a carga horária, aumenta o numero de alunos por sala, que ficam superlotadas. Pouco se investe na qualificação e formação de professores, que são desvalorizados, e possuem carga horária elevada. O Estado, como administrador investe pifiamente para mudar esse quadro. A lógica dos Estados neoliberais é investir pouco e formar mais.

Portanto, é necessário lutar para esse quadro mudar, e dia 29 de Abril de 2008 foi marcado por lutas que pedem melhorias na Educação na França e na Espanha.

Na França, a luta dos professores é contra as reformas do governo, que reduziu a carga horária nas escolas, gerando desemprego. Os licenciados decretaram guerra contra o Estado, e suas políticas neoliberais.

Em Santiago, na Espanha, algumas das principais reivindicações é por uma educação laica, aumento da carga horária das disciplinas de Filosofia, História e Educação Física, redução do número de alunos por sala de aula (máximo 25 alunos) .

Só a Luta muda a Vida!
Melhor educação é melhor cidadania!
Só a Revolução derrota velhas Estruturas!

luta dos professores na Espanha

fonte: blog coordenação-ativa