quarta-feira, 27 de agosto de 2008

UNIDOS PELO SOFRIMENTO, LUTA E ESPERANÇA


Dos Kaiowá Guarani do Mato Grosso do Sul

Carta de apoio aos parentes da Raposa Serra do Sol - Roraima

Se mais de três mil quilômetros nos separam, mais de cinco séculos de resistência nos unem. Se fronteiras e violências dividiram nossos povos, sentimentos de pertença a uma nova pátria foram nos aproximando.
E hoje estamos fortemente unidos na luta pela terra e na esperança de que se faça justiça nesse país tão grande que, como disse nosso grande líder Marçal Tupã’y ao Papa João Paulo II, em Manaus , foi nosso e nos foi tomado. E poucos dias antes ele numa Assembléia Indígena em Brasília ele dizia o que se torna muito atual em nossa luta de hoje “Tenho muito amor ao que é nosso. Deixo um pedido, há pouco ouvi um grupo de Roraima cantando na sua língua. Faça o favor não perca a língua, a tradição. Não troquem por língua estranha. Não troquem a nossa vida da aldeia pela vida da cidade.Hoje estamos no fim de nossa assembléia. O problema de um é de todos. Um dia faremos o ‘V’ da vitória...Seremos vitoriosos” (julho 1980). Vão fazer 25 anos que assassinaram Marçal. Seu grito de vida e vitória continuam a nos unir. Continuamos lutando contra os mesmos inimigos. Alimentamos a mesma esperança.
Durante mais de trinta anos vocês lutaram para ter parte de vossas terras de volta. Nesse tempo também tomaram a quase totalidade de nossas terras. Mataram muitas das nossas lideranças. Hoje estamos confinados, como que presos e cercados por todos os lados. Mas agora também começamos a ver a possibilidade de ter parte de nossos tekoha, terras tradicionais, de volta. Mataram muitos dos nossos parentes. Mas nasceram muito mais. Hoje somos mais de quarenta mil Kaiowá Guarani no Mato Grosso do Sul.
Queremos estar com vocês nesse dia de uma decisão importante sobre vossa terra Raposa Serra do Sol. Esperamos que finalmente a vossa terra seja livre e possam viver nela na paz, solidariedade e alegria. Temos a certeza de que também podemos contar com o apoio de vocês na luta por nossa terra, vida com dignidade.

Dourados, 26 de agosto de 2008-08-26

Comissão de Direitos Kaiowá-Guarani Campanha Povo Guarani um Grande Povo

Conselho Indígena de Roraima


terça-feira, 5 de agosto de 2008

Ciberataque à Folha de São Paulo.

O site www1.folha.com.br da Folha de São Paulo ficou vários dias invadido e em erro, com uma mensagem que reuniu principalmente notícias do dia 10 de outubro de 2002, mostrando a face do Bush (pedindo para censurar BinLaden); como funciona um tomahawk (míssel inteligente americano ) e outras notícias relacionadas aos militantes do Islâ e as tentativas de seqüestros de aviões.
O www.folha.com.br ficou normal, apenas o www1 que foi modificado (na primeira semana de agosto). O www1 seria um site espelho do www, para desafogar os acessos no www. Só depois de uma semana a folha começou a redirecionar o www1 para o www.
Bem feito prá vcs! Imprensa Suja e panfletária do PSDB.

Violência Política no Brasil: Sede da Conlutas é atacada por Jagunços.

Episódio é exemplo lamentável de gangsterismo


No dia 01 de agosto a sede da CONLUTAS em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, sofreu um atentado a tiros. Gangsteres e bandidos armados de escopetas, rojões e revolveres invadiram a sede quando os trabalhadores da Construção Civil da Revap preparavam sua assembléia para fundar uma ASSOCIAÇÃO DE AJUDA MUTUA E SOLIDARIEDADE DOS TRABALHADORES.

A sede da CONLUTAS fica em uma área pertencente ao Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região. Cerca de 30 homens armados, alguns encapuzados, desceram de um ônibus vindo de outra cidade e invadiram o local com gritos, ameaças e tiros. Houve quebra-quebra de instalações da sede, móveis, três carros do sindicato e do caminhão de som, que estavam estacionados no local. Um trabalhador foi baleado na cabeça e tiros foram disparados contra o coordenador da CONLUTAS.

Durante a invasão nada de valor foi roubado. Apenas documentos relativos à fundação da Associação foram levados. Tais como a ata e a lista de presença da assembléia.

Os fatos são de extrema gravidade. Este é o maior ataque a uma organização do movimento operário desde a época da Ditadura Militar. Atos como estes relembram o fascismo italiano, onde a violência e o bandidismo eram utilizados contra os trabalhadores.

Muitos se perguntam quem seriam os responsáveis deste ataque. Ainda não sabemos, mas podemos dizer quem mais ganhou com eles. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Sindicato da Construção Civil da região, já que este sindicato foi rechaçado pela categoria durante a vitoriosa greve de 31 dias na REVAP, onde foi criada uma Comissão de Mobilização e Negociação independente da entidade sindical.

A PETROBRAS e as empreiteiras, com a Ecovap em particular, que tiveram a obra paralisada por mais de 50 dias e foram obrigadas a uma reorganização que levara ao atraso de pelo menos mais um ano. Em virtude disso, iniciaram uma perseguição aos trabalhadores, tentam criminalizar o movimento, demitiram todos os membros do Comando, decretaram lockout e iniciaram um processo de demissão em massa. Toda esta repressão teve seu ponto alto com a invasão pela Tropa de Choque, sem ordem judicial e autorizada pela direção da empresa, no dia 10 de julho.

A CONLUTAS e os trabalhadores terceirizados da REVAP exigem do Governo Lula, da Polícia Federal, do Governo Serra e da Policia do Estado que investiguem e esclareçam o papel do Sindicato da Construção Civil, filiado à CUT, da PETROBRAS e de sua empreiteira a ECOVAP, nestes acontecimentos.

Exigimos a identificação e a punição exemplar dos responsáveis por este crime. Já que este é um crime de motivação notoriamente política. Além disso, se ocorrer algum atentado ou represálias contra os dirigentes da CONLUTAS do Vale do Paraíba ou qualquer dos presentes que assinaram a lista de presença da assembléia a responsabilidade cairá sobre o Sindicato da Construção Civil, a CUT, a direção da PETROBRAS e da ECOVAP.

O direito de organização dos trabalhadores e das entidades sindicais são garantidos pela Constituição e é um dever do Estado garanti-los.

Este é mais um episódio lamentável da criminalização dos movimentos sociais que temos visto crescer em nosso país no ultimo período. São os interditos proibitórios e suas multas milionárias; a interferência do Estado e das empresas na organização dos trabalhadores; a divisões sindicais efetuadas pela CUT como a fundação do Sindicato Aeroespacial em São José para roubar a base da Embraer do Sindicato dos Metalúrgicos; a demissão dos dirigentes e ativistas sindicais, e agora, a utilização de jagunços armados para impedir uma reunião de trabalhadores.

O ataque à sede da CONLUTAS é um ataque ao conjunto das organizações independentes do movimento operário. Uma agressão a todos que repudiam o uso da violência física para dirimir diferenças políticas.

Anunciamos desde já que se o objetivo deste ataque é silenciar a CONLUTAS do Vale do Paraíba, ele não será atingido, queremos deixar claro que NÃO NOS CALAREMOS E CONTINUAREMOS APOIANDO TODAS AS LUTAS DA CLASSE TRABALHADORA e utilizaremos de todos os meios que estiverem a nosso alcance para garantir nossa autodefesa.

Tanto é assim que após a fuga dos jagunços a assembléia se restabeleceu e a ASSOCIAÇÃO foi fundada. Mostrando a força e a disposição dos operários.

Como primeiro passo, chamamos a todos os ativistas da vanguarda de todos os sindicatos filiados a uma Plenária Regional na segunda feira, 04 de agosto às 18 horas, na sede regional da CONLUTAS para discutir uma CAMPANHA NACIONAL CONTRA ESTE ATAQUE.

COORDENAÇÃO DA CONLUTAS DO VALE DO PARAIBA